terça-feira, 20 de maio de 2008

dizia outro dia um amigo meu, durante um jantar com mais, “ e viste aquela cena na áustria? do cabrão que fechou a filha e lhe fez não sei quantos filhos?”
e eu respondi exactamente da mesma maneira que encaro a vida nos dias que correm, “ver vi, e ouvi, qualquer coisa. o suficiente. e não quis saber mais porque há coisas que não preciso de saber.”
não são precisos detalhes. o essencial está percebido.
nem preciso nem tenho vontade. querer saber mais sobre as representações terrestres de uma “entidade” que não se consegue ver, o mal, não me faz bem.
não quero ver na televisão os desgraçados que moram num país governado por um bando de loucos sanguinários, que os deixam morrer depois de literalmente lhes ter caído o céu em cima da cabeça. percebi a ideia logo à primeira e fiquei com azia suficiente.
já nada me surpreende verdadeiramente, já acho tudo possível. e se assim é, é mais do mesmo só que com roupagens diferentes.
é preciso falar para não esquecer? não sei. tem resultado?
e sinceramente já estou farto de ocupar espaço no que me resta do processador interno que habita esta cabeça, com informação desta. é mais forte do que eu.

6 comentários:

W. C. Fields disse...

Inteiramente de acordo. Ainda ontem um grupo de pessoas ao meu lado deixava escapar ais e uis de horror, mas iam repetindo até à exaustão o caso de uma criança mais uma) que morreu esmagada por um tractor, aqui no Oeste Selvagem. Se nós não somos do CSI, para quê os pormenores mórbidos, o voyeurismo da desgraça? Ainda por cima vestido de piedoso horror...

Ju disse...

Por muitas vezes me senti culpada, por desocupar a minha já preeenchida cabeça com essas desgraças.
Por isso estou inteiramente de acordo contigo.
As pessoas vão aos pormenores mais mórbidos e não se privam de falar onde quer que seja das desgraças alheias.
Eu desligo.
E não me sinto mais culpada...

vincent vega disse...

exactamente. é isso mesmo ju, não me sinto nem mais nem menos culpado. que me apetece descarregar uma série de carregadores de uma semi-automática nos cornos de muita gente, ai isso não tenho duvidas. e não preciso dos pormenores macabros para nada.

PDuarte disse...

Esse gosto mórbido pela desgraça alheia.
Acho que é um mal universal.

Ana Camarra disse...

è só ver a quantidades de mirones por acidente.
o que aconteceu na Austria é um aberração, infelizmente a discussãoexaustiva destas aberrações leva a distrair a maioria das pessoas para não discutirem outras.

LuisPVLopes disse...

A REVOLTA DEIXOU DE SER UM ESTADO DE ESPÍRITO PARA SE ASSUMIR COMO UMA REAL NECESSIDADE.

É URGENTE REVOLTAR-MO-NOS, É URGENTE DEPOR ESTES GOVERNANTES, É URGENTE QUE O POVO PORTUGUÊS CIVIL E MILITAR RETOME O CONTROLO E A JUSTIÇA VOLTE A IMPERAR DE NOVO EM PORTUGAL.